Título: 1984 (nineteen eighty-four)
Autor: George Orwell
Nº de páginas: 414
Editora: Companhia das Letras
"Guerra é paz
Liberdade é escravidão
Ignorância é força"
Enfim, terminei de ler 1984! Foi um livro que demorei a ler, não sei exatamente o porquê. Não que a história seja monótona ou eu estivesse desinteressada, mas esse livro foi um dos meus "empacamentos literários". Seja como for, demorei, mas absorvi mais a história. rs
"1984" é mais uma brilhante obra escrita em 1949 pelo genial George Orwell (futuramente farei a resenha de "A revolução dos bichos") que mudou minha forma de pensar sobre muitos aspectos. Orwell tem maestria em ser distópico, e os outros autores de distopias que me desculpem, mas ele é f*da demais. Enfim, vamos ao livro:
Winston Smith é um cidadão que vive em uma sociedade onde vigora um regime ditatorial. Muitos dizem ser uma crítica aberta ao regime stalinista e até mesmo nazista, por isso o livro foi censurado em alguns países por vários anos. Winston faz parte dessa sociedade que é comandada pelo Partido, cujo líder é o temido Grande Irmão (daí o termo Big Brother). Tudo, absolutamente tudo e todos os lugares são vigiados por teletelas, dispositivos que observam e ouvem os cidadãos 24h. Ninguém está imune à vigilâncias, nem mesmo os membros do Partido.
O mundo é dividido em três grandes potências que vivem em guerra: Lestásia, Eurásia e Oceânia (a história se passa na Oceânia). O Inglês está sendo aos poucos substituído por Novafala, onde usam palavras como duplipensamento, pensamentocrime, imbom...
E havia uma organização, embora apenas houvessem rumores sobre sua existência, chamada Confraria, que seria liderada por Goldstein, o inimigo do Grande Irmão. Os cidadãos eram submetidos frequentemente aos "dois minutos de ódio", onde esbravejavam, gritavam, xingavam e tacavam coisas na imagem de Goldstein, em amor e devoção ao Grande Irmão. Todas as pessoas eram alienadas e sua servidão era praticamente de nascença. As crianças já sabiam odiar Goldstein e venerar o Grande Irmão desde que aprendiam a falar.
A comida era racionada, os proletas, que era a classe c, eram muito desfavorecidos em todos os aspectos. Eles recebiam o mínimo para garantir-lhes a sobrevivência e se contentavam com isso. Todos os cidadãos eram controlados pelo Partido, sem exceção. Não lhes era permitido amar, o sexo deveria ter finalidade apenas reprodutiva.
Haviam os ministérios, que administravam a sociedade. Os ministérios eram: Ministério da Verdade (notícias e artes), Ministério da Paz (guerra), Ministério do Amor (o mais temido, mantinha a ordem e usava de tortura e execução) e o Ministério da Pujança (economia, alimentação). Winston trabalhava no Ministério da Verdade, onde era um falsificador de notícias. Constantemente, ele tinha que mudar o registro do que aconteceu, editando notícias e as deixando do jeito que o governo queria.
Porém, Winston tinha o que chamavam de crimidéia ou pensamentocrime. Ele não se ajustava àquela sociedade, por mais que tentasse, mesmo sabendo que isso custaria sua vida se fosse descoberto. Ele fingia, demonstrava certo interesse falso, mas seu pensamento sempre pairava sobre "O que houve com Goldstein?" "Será que as pessoas não percebem a realidade infeliz em que vivemos?" "O Grande Irmão de fato existe?". Ele disfarçava seus pensamentos, claro, até que um dia conheceu duas pessoas que mudariam a sua existência (não podemos chamar de vida). Uma é O'Brien, um membro do núcleo do partido que Winston avistou algumas vezes e sentiu nele uma confiança instantânea. Tinha certeza que O'Brien compartilhava de seus pensamentos, então pensava em uma forma de se encontrar com ele para compartilhar de suas ideias de qualquer modo, mas claro, sem serem capturados e mortos. A outra pessoa era Julia, uma jovem de cabelos curtos da Liga Juvenil Antissexo, a quem desprezava imensamente, chegava a sentir asco dela, mas que ainda sim, mexe com Winston.
A partir daí a história desembola uma narrativa surpreendente, cheia de surpresas e desilusões, mas acima de tudo uma obra incrível que fará você olhar sua existência, seu goeverno e principalmente, seu futuro com outros olhos. Não os mesmos que estão vigiando você o tempo todo, claro.
1984 foi adaptado para o cinema em 1984 (que coisa, não?) e conta com John Hurt interpretando Winston. John Hurt, pra quem não lembra, é aquele cara que fez o ditador Chanceler Adam Sutler em "V de Vingança" (que coisa, não?). E, como em todo livro que eu leio que possui o filme, aí vai o trailer, muito embora na minha opinião, há umas faíscas de spoiler, mas fica a seu critério assistir ou não:
Espero que vocês leiam esse clássico maravilhoso que, mesmo sendo escrito na década de 40, traz muitas coisas produtivas para as nossas mentes nos dias atuais. Se você acha que ser apenas mais um na sociedade não é suficiente, Orwell lhe aguarda de braços abertos.
"All in all you're just another brick in the wall"
Gente, que resenha mais bem feita! Se eu já tinha vontade de ler, agora eu tenho ainda mais. Infelizmente, só li A Revolução dos Bichos desse autor (e pretendo reler), mas foi uma das melhores experiências literárias da minha vida. Sou muito curiosa pra ler 1984, mas confesso que tenho medo de sofrer daquela síndrome que você falou lá em cima: "empacamento literário". Mas, certamente, pretendo ler esse livro esse ano, assim como Don Casmurro, que eu estou procrastinando a leitura há mais de um ano hahaha
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Beeijo
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Obrigada, Jéssica querida! Leia sim, o empacamento foi um momento meu, não é culpa do livro! kkkkkkkkk Se você gostou de "A revolução dos bichos", vai amar 1984 também. Depois me diga o que achou! Beijos
ResponderExcluirEu já tentei ler esse livro umas três vezes. E nessas três vezes eu abandonei.
ResponderExcluirCheguei a conclusão de que não tentar mais ele...
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