29 de mar. de 2014

Fanfic - Sobreviventes do Apocalipse - Capítulo 12

Capítulo 12 - Batalhas e Escolhas
Logo ao desmaio dos dois sobreviventes do apocalipse na capital capixaba, Vitória descera armada com duas pistolas com silenciador presas a coldres amarrados as pernas e uma Katana - uma espada japonesa - bem afiada nas costas. O baiano se posicionou na proa do iate, deitado, com um suporte para a mira de um rifle de alta precisão. A jovem nascida em Pelotas continuou até a garota de blusa vermelha caída por cima de seu próprio bastão enquanto Vinicius cobria sua retaguarda e observava a movimentação ao entorno de Cássio. Pâmela ainda descansava quando surgiu no horizonte um jovem de apenas quinze anos, com um porte físico invejável. Ele tinha as mãos seus dois cassetetes sujos de sangue. A gaúcha imediatamente virou-se e os olhares de ambos se cruzaram.
– Vit – disse Vinícius pelo rádio – Se atenha a missão, afinal temos que colocá-los no iate.
– Ok Vini – respondeu a garota ainda olhando para Cláudio – Reconhece minha face padre das covinhas?
– Reconheço mais o seu corpo, Vitória Freitas.
O adolescente nunca esqueceria um corpo como o daquela gaúcha. Ela o fazia delirar de tão bela que era. Já ela, o achava fofo e tranquilo bem como um cara que sabia ser safado e brincalhão nas horas certas e que tinha o discernimento necessário a distinguir a brincadeira da coisa séria.
– Ajude aqui a Pam enquanto eu vou verificar seu amigo caído de exaustão ali.
Cláudio analisou a linda mulher de cima para baixo. Ele a desejava e a carne era muito fraca... Já o baiano simplesmente fechou os olhos e guardou seu rifle, pois não era mais necessário ele cobrir ninguém com várias pessoas podendo cobrir elas mesmas. Iria manobrar o imenso barco para ficar próximo à costa e facilitar a embarcação dos três os quais se encontravam fora, no continente. Imaginou o que se passava no Rio de Janeiro e as suas amigas Julia e, claro, a pessoa que ele fora buscar no Rio Grande do Norte, Jaqueline. O homem viu o rádio e pensou em se comunicar com a líder da resistência Carioca: uma mulher que atendia pelo nome de Juno. A mãe dos deuses do panteão romano dava o apelido para uma jovem adulta de vinte e dois anos, natural do próprio rio. Pediria notícias das duas se possível. O problema era que o fornecedor de materiais a resistências de todo o Brasil não ia com a cara da organização carioca.
À medida que Vitória ajudava o paraense das armas se levantar e a andar novamente, o organizador daquilo tudo se lembrou de como ele começou a não querer se envolver com Juno. Primeiramente, fora por causa de seus oficiais radicais os quais não respeitavam mesmo os direitos humanos. Direitos humanos não existiam em tempos como aqueles, em tempos de ameaça a sobrevivência da raça humana, tendo em vista a possibilidade do sacrifício de pessoas que nada podem fazer frente a uma horda de centenas de milhares de zumbis. Juno conseguia na medida do possível controlar Alberto, Franco e Ricardo, só que os três já haviam feito atrocidades com os próprios companheiros. E isso o jovem baiano não perdoou e nunca mais parou no Rio. Culpava Juno pela inaptidão de liderança. Ainda que ela não tivesse culpa frente à força e o conhecimento de sobrevivência principalmente de Ricardo, um coronel das forças armadas.
Esquecendo-se um pouco dos problemas, recebeu uma mensagem enigmática de seu “amigo” Thanos. Ele pedia para que ele aportasse em uma das ilhas paulistas e lá ficasse por dois meses. Praticamente ordenou uma busca a um baú dourado onde continha algumas pistas sobre o controle da enzima que fazia as pessoas tornar aquilo chamado de supersoldados. Se os estudos estivessem certos, haveria num futuro uma cura. Só que Vinicius ficou com uma pergunta permeada em sua mente: Existia um laboratório em funcionamento no mundo para uma cura?
Observou Vitória trazer os três sobreviventes da cidade que levava o nome dela. Uma cidade cujo significado trazia esperança a humanidade. O baiano sorriu ainda que fosse cedo para ter certa alegria...
– O Brasil sem um pouco de alegria não é o Brasil que eu conheço
Disse a si mesmo quando todos pisaram os pés no Iate de luxo pegado da costa de seu estado. Só queria notícias de outros centros urbanos. E claro, notícias de duas pessoas especiais...
Ligando o motor, quatro sobreviventes do atual apocalipse seguiram para construir uma nova história. O que Vinicius, Vitória e toda a equipe não esperavam era por pedras no meio do caminho.
***
Em um lugar localizado próximo a serra carioca havia uma cabana. Uma cerca elétrica a separava das aproximações improváveis de um ou outro morto-vivo que subisse o morro e de alguma forma invadisse o terreno. Tudo fora feito minuciosamente a fim do casal Carol e Anderson ter um pouco de privacidade, pois eles iriam reiniciar uma sessão de tortura a qualquer momento. O tempo era o grande aliado dos dois soldados enviados pelo aclamado “Governador” cujo objetivo seria capturar as poucas pessoas da população brasileira que detinha o gene divergente. Elaine sofreria as consequências de ser uma conhecida de uns e amiga de vários outros os quais ou eram divergentes ou possuíam conhecimento de onde eles estavam. Cláudio Rosário, Jaqueline Saraiva, Julia Dalboni, Marcela da Fontoura, Elileudo Júnior e, por fim, um dos homens que aparentemente era ligado ao mensageiro da morte, contudo um conflito de interesses o fez desistir da parceria. Um dos maiores conhecedores sobre o vírus do supersoldado. Vinicius Ribeiro.
Desde o sequestro, Anderson adotara um método diferente de tortura. A prática não envolvia esforço, sangue e truculência física nenhuma. Apenas se colocava um prisioneiro amarrado numa cadeira com o pescoço travado numa espécie de forquilha embaixo de uma torneira que pingava apenas uma gota incessantemente a cada cinco segundos. Elaine era a prisioneira e a tortura parecia ser inofensiva e tranquila para suportar...
Ela não se movia e nem mudava a posição da cabeça, já que seu pescoço ficava travado numa forquilha e seu corpo amarrado numa cadeira. O som da gotícula ininterruptamente começa a se transformar aos poucos num tambor dentro da mente do prisioneiro. O tímpano era afetado, uma terrível labirintite surgia causando tonteiras e enjoo, e o cérebro começava a querer reagir. A garota sentia-se dessa forma, a deleito do torturador e um surgimento de um sentimento de pena de Carol para com a catarinense.
Quando ela desistiu de ser forte e contar tudo a respeito das divergentes que conhecia, a conterrânea de Vinicius logo de imediato a retirou da cadeira e cuidou. A fragilizada Elaine disse tudo o que o cearense braço-direito do “Governador” queria saber. Jaqueline e Júlia eram realmente divergentes e não quiseram seguir com a política adotada por Juno a respeito da divisão do trabalho e do sacrifício de pessoas inaptas à luta e a algum serviço dentro da comunidade. A segunda reuniu um grupo de pessoas e fugiu com um grande número de armas e equipamentos. A carioca ficou e caiu prisioneira, porém a loira Jaque teve uma excelente ideia e ela pôde libertar sua companheira. O problema é que houvera uma explosão muito forte, hordas apareceram e elas se separaram.
A informação levou dois grandes meses para ser retirada por completo e a condição física e mental da garota estava muito debilitada e seus dizeres só puderam ser interpretados com a ajuda de Carol, que se tornou uma excelente amiga e psiquiatra nas horas vagas. Anderson Morais tinha um trabalho a fazer agora e iria usar Elaine a cumpri-lo, porém primeiro tinha que saber se seus planos nos outros locais, principalmente quando o assunto era o mais difícil divergente a se aproximar...
***
Marcela caiu no tatame enquanto Bianca lutava um homem duas vezes maior que ela. A garota nem parecia que começara a praticar artes marciais há algum tempo. Estava vestindo um top preto e um short de malhação. Seu oponente era um homem musculoso sem camisa e short escrito MMA...
– Por que a Bia está mais habilidosa do que eu senhor Bruno? Depois de apenas dois meses de treinamento?
– Ela pega rápido. E ela usa o que tem de melhor
– O que seria? – disse a divergente levantando-se.
– O que você usa de menor. Você quer a força, seus golpes são potentes e atingem os lugares certos, só que você se movimenta pouco. Tem que ser rápida o suficiente para esquivar dos ataques e não tentar defendê-los. Não adianta ter força e não ter habilidade. Preste atenção.
Bruno apontou com a cabeça para a continuação da luta da amiga da pequena gaúcha. Quando o homem a ataca pela frente, ela então simplesmente se esgueira por entre as suas pernas, deslizando no chão e indo parar atrás do gigante musculoso. Com essa vantagem, aproveitou a abertura para chutar a junta de seu joelho por trás, deslocando sua perna direita. Depois desse movimento, com o homem já caído, desferiu um golpe na costela do homem que acabou por se contorcer de dor... Após isso ela pula por cima da cabeça do gigante e desfere uma sequencia de quatro joelhadas em seu rosto derrubando por completo. Bianca Camolesi aprendeu tudo o que o general catarinense tinha que ensinar. Estava completa para a chegada do estrategista baiano ao que quer que fosse.
Marcela se impressionou com a habilidade da amiga e se virou para seu mentor.
– Chefe... Como eu faço para divar assim?
– Simples – ele sorriu – Siga meus passos.
E desde aquele dia, a gaúcha de Viamão passou a treinar mais todos os dias...

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