6 de abr. de 2014

Fanfic - Sobreviventes do Apocalipse - Capítulo 17

Capítulo 17 - Escolhas
Anderson engatou a marcha ré enquanto Carol Ramos continuava a atirar a esmo. Momentos antes ao entrar na cidade depararam-se com uma garota loira de estatura mediana a uma mulher. Ela portava soqueiras, armas comuns a torcedores fanáticos da Inglaterra. O braço direito do governador a reconhecia de longe. Ela era Jaqueline Saraiva, uma das seis divergentes que haviam na pasta dada por seu líder.
Ainda controlando o carro, pôs-se sua cabeça e com sua mão ruim, a mão esquerda deu dois tiros certeiros no ombro e nas pernas da garota. Atordoada e sem saber de onde veio os tiros, Jaque conseguiu somente observar um grande jipe aproximar-se e depois disso perdera a consciência, Talvez por saber que já era tarde demais. Morreria ali, se não pelos ferimentos, pelo ataque da horda que escutaria o barulho dos disparos e correria àquela direção. Porém não enxergou que um milagre a ela surgiu e uma garota levemente gordinha e de um metro e quarenta e oito a arrastara para o banco do carona.
Carol após isso iniciou um massacre do restante da horda – chamada assim por várias pessoas ao conjunto de zumbis e mortos-vivos de uma determinada região. Eles eram atropelados e esmagados pela força do Hummer H3 – o carro usado por Anderson – ou eram trucidados através da metralhadora localizada em cima do grande carro. Carne, sangue, cabeças, membros. Tudo estava espalhado pelos ares e o cearense da cidade de Fortaleza havia feito questão de rodar por todos os pontos da cidade diversas vezes. Iria fazer o seu trabalho quando tivesse acabado com toda a horda. Queria vingar-se por eles terem levado pessoas próximas. Pessoas que ele precisaria nos momentos mais difíceis de sua vida.
Levaram cerca de vinte minutos e chegaram onde se encontravam parte da resistência liderada por Júlia Dalboni. A carioca viu no banco do carona uma Jaqueline sem resistência, uma garota ferida e precisando de ajuda médica. Todavia, também vislumbrou um Anderson cheio de ódio e uma Carol sorridente. Vendo a situação momentaneamente sobre controle, ele desceu do carro com uma pistola na mão. Adornada em prata com um símbolo do governador no punho, era personalizada...
– Júlia! – sorriu ironicamente o homem com a arma em punho – Que surpresa agradável...
– Lhe digo o mesmo, Dan – Júlia usou o apelido dado por Marcela da Fontoura na época que eles só se conheciam dado um grupo em um aplicativo de celular – O que você fez com a Jaqueline?
Ele olhou novamente para seu carro e fez um sinal com uma arma.
– Não só a Jaque, Ju...
Carol retirou do carro uma atordoada Elaine. Fruto do processo de tortura, a garota estava diferente. Não fisicamente e sim mentalmente. Perturbada, olhava para todos os arredores... Tornara-se uma pessoa praticamente inútil no apocalipse e seria facilmente descartada por outros grupos...
Mas não por Júlia.
– Nani...
– Agora – ele se virou e inclinou sua arma em direção a catarinense – Quer que eu a mate e a livre do sofrimento?
– OLHA A PERGUNTA QUE VOCÊ ESTÁ ME FAZENDO ANDERSON!
– Não grite minha querida. A situação está sobre controle. Zumbis infestaram nossa terra, o governador nos uniu em prol de uma nação corrompida desde a nossa história. O problema do Brasil era estrutural, impossível de ser consertado. Somente isso para a recriação... – o jovem vestido com uma calça negra e uma blusa regata branca gesticulou ainda com a arma em punho – O único problema é a situação da divergência. Queremos o sangue dos divergentes para criar uma nação verdadeiramente livre de amarras. Livre de preconceitos. Livre de tudo o que foi ruim em nosso passado.
– Com um monarquista como o Governador? Você realmente acha o autoritarismo a melhor forma de resolver nossos problemas? Veja o que tá fazendo Anderson! Sequestrando, torturando... Você tem ao menos ideia do que é isso? Em vez de nos unirmos, você segue um lunático...
– E vocês não seguem o que um “obreiro” faz? O que o Vini faz no litoral não é mascaradamente se tornar capachos do garoto baiano? Os gregos viram isso em Temístocles e o expulsaram após as vitórias nas Guerras Médicas contra Artemísia e Xerxes. Ele queria tornar a Grécia um território sobre influência dele. Não acha que o Vinicius não quer a mesma coisa?
– Primeiramente, você vê o Vinicius liderando uma equipe de sobreviventes? O cara sempre agiu sozinho! Evitava até em pisar na terra... Como você quer que um cara desse tipo comande algo?
– Você não sabe o que eu sei...
– E o que você sabe?
– Você não merece saber, afinal eu quero seu sangue.
– Ah é... Sou divergente...
Anderson virou a arma para Elaine e disparou. O tiro raspou o rosto da garota.
– Da próxima eu não erro... Ela por você. Venha em paz...
– Tudo bem. Se acalme Dan...
Júlia caminhou devagar. Indo em direção ao homem que ameaçava tudo e todos naquela cidade ela decidiu tentar a sorte e ao passar pelo cearense o atacou pelas costas. Os dois se embolaram no chão enquanto disputavam pela arma do jovem. O erro de Júlia nessa ocasião foi não ter percebido a presença da jovem conterrânea de seu amigo livre e armada tão bem quando seu companheiro. Na luta corporal, Julia conseguiu tomar a arma, porém foi alvejada imediatamente por Carol.
Uma sequencia de tiros sendo que um deles havia pegado na arma que ela acabara de conquistar, sobrando à fuga para uma das duas igrejas restantes. E fora lá que encontrara as pessoas as quais ela procurava. Anderson levantou enfurecido e procurou fazer o maior barulho possível. Os restantes dos mortos-vivos iriam até ali e acabar com a raça de Júlia. Já não se importava em levá-la viva, somente queria ela morta.
***
Cláudio impressionou-se. Havia sido derrotado por uma garota menor, só que melhor que ele. Haviam entrado em conflito por apenas cinco minutos e ele já estava no chão depois dela conseguir acertar um chute na boca de seu estômago. Segundo Vinícius ele era um Divergente. Um ser humano diferente. Um ser que não poderia ser infectado. Um ser humano um pouco acima dos demais e ainda sim ele perdia a uma mera humana? Quase se recusou a aceitar, quando esta ofereceu a mão para ele levantar na hora que soube de sua origem. A garota venerava os divergentes. As únicas esperanças num mundo de caos sofrido.
– Como você sabe sobre os divergentes?
A garota sentou-se quando percebeu que Cláudio não iria aceitar uma humilhação daquelas.
– Meu mentor em tudo isso era um cientista. Ele me treinou em tudo e por causa disso estou aqui. Ele sumiu, mas me deu um diário e nele fala do gene da divergência, bem como que quem os possui detém a chave para salvar a humanidade do extermínio.
O jovem ficara em silêncio. Os dois brigaram por causa de um interrogatório da moça a um senhor de meia idade. Cláudio não poderia deixar isso acontecer. Ele poderia ter perdido, mas conseguiu livrar a cara do homem e o deixar escapar.
– Quem era aquele cara? Por que você tem ações que vão de encontro a humanidade?
– Aquele cara foi um enviado do Governador para me pegar e me levar de volta. Sou uma desertora. Parti em busca dos seis divergentes que meu mestre Êvanes me disse.
– Eu conheço os seis...
– Sério?
– Porém... – Cláudio sorriu – Sua punição por me bater será me ajudar na missão dada pelo meu sensei.
– Seu o que?
– Assim como você tem um mestre, eu também tenho um.
– E quem seria?
– Você saberá – ele ainda com a mão no estômago se levantou com dificuldade – E qual seu nome?
– Meu nome é Annielle Goulart. Mas me chame de Anny.
Com uma nova e improvável aliada, Cláudio renovou suas esperanças em cumprir com a tarefa dada por Vinícius. O que ele não realmente esperava, eram reviravoltas as quais poderiam decidir o destino de muitas vidas.

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